E nós fechamos os olhos, com a incerteza do acordar.
As vezes minha mente
Preenche de indagações como:
Será que haverá mais um dia? Será?
Hoje olho para o mundo e me questiono
Onde ele está? Onde ele está?

A ausência se faz plena
Mostrando-me suas vozes
Aquelas que nunca mais ouvirei
O toque que nunca mais sentirei

Durante um mês inteiro me esperastes
A culpa berra em minha mente repetindo
Não o valorizastes
E hoje, se perdeu
A culpada, sou eu.

Meus gritos não foram suficientes
Para te trazer novamente
Minha insanidade
De mim, não teve piedade.

E por horas derramei de meu jarro
A falta que sentiria de tua alegria
De ouvir-te dizer bom dia
Ou por não ter me dado um simples adeus.
O inevitável simplesmente aconteceu.

Queria ter tempo, de ter pedido perdão
Pelas palavras que não foram ditas
Pelas promessas que não foram cumpridas

As vezes simplesmente te vejo
Realizando o meu almejo
De te alcançar naquele assento
Com suas palavras, um lamento.

Hoje, te guardo na lembrança
Tendo a esperança
Que um dia me perdoará
E quando menos esperar, eu estarei lá.

A falta de visão os incomodava, já era tarde. A lua crescia grandiosamente ao passo de cada hora, mas eles aguardavam ansiosamente pelo sol e seu resplandecer, decidiram se reunir em um semicírculo, naquela pequena sala fechada, vossa mãe pegara uma lanterna cuja luz fracamente os envolvia e convidava aquele jogo de sombras.

A mais jovem menina caíra no sono e com seus pequenos braços procurava aquecer-se naquela noite tenebrosa.

O astuto menino gesticulava com suas mãos um pássaro enquanto a luz projetava aquela imagem na parede. O jovem acabara de descobrir que quanto mais distanciava dos tijolos, maior seriam suas asas, e começara a imaginar como seria voar em cima de uma ave tão grandiosa quanto aquela.

A mais velha se indagava se assim também era a vida, se seguindo a luz chegaria a sublimes lugares.

Tantos pensamentos pairavam naquele restrito ambiente, e o que eles eram?
Uma família.

E este anseio, rasga meu peito
A dor não mais me atinge
Sou neutra.

Onde está, a dor que me afligia?
Onde está, o amor que atormentava-me?
Onde está, a liberdade que tanto almejava?
Não sinto.

O que seria pior que sentir os males?
Eis que o digo
Não sentir, nada.